Melhores Rendas Fixas 2020
Para investir com segurança, você deve entender bem sobre os produtos que está comprando, seus riscos, seus prazos de resgate e sua rentabilidade, sendo ela fixada ou atrelada a algum índice. E nesse artigo vou explicar um pouco sobre cada um dos tipos de investimentos em renda fixa, dissecando seus riscos e vantagens e indicando quando devem ser utilizados. Após falar de cada um dos itens abaixo, vou apontar um plano para investir em renda fixa com sabedoria, nas Melhores Rendas Fixas de 2020!
- Poupança
- Tesouro Direto
- CDB
- LCI e LCA
- Debêntures
- Fundos de Renda Fixa
- Peer to Peer Lending
- Investimento em Crowdfunding
- Melhores Rendas Fixas 2020
O primeiro passo, é dividir seu dinheiro em 3 partes:
- Curto Prazo
- Médio Prazo
- Longo Prazo
Investimento de Curto Prazo é aquele onde seu dinheiro é aplicado para montar reservas de emergência. É aquele dinheiro que pode precisar a qualquer momento e terá que deixar em investimentos de alta liquidez, com resgates em poucos dias.
Investimento de Médio Prazo são os investimentos com períodos de resgate um pouco mais longos que variam de 30 dias até poucos anos. É o dinheiro que você equilibra maiores rentabilidades, com prazos de resgate um pouco mais longos.
Investimento de Longo Prazo é aquele para a aposentadoria, ou algumas décadas à frente. É o dinheiro que pode buscar maiores rentabilidades e estar exposto a maiores riscos, pois terá bastante tempo para superar a volatilidade de curto prazo.
Poupança
Começando pela mais famosa e pior opção de todas. Ninguém que se diz investidor de verdade tem dinheiro na poupança. Não é por preconceito ou por ser mais inteligente, é simplesmente por bom-senso.
A Poupança entrega 70% do CDI + TR (que atualmente é 0%) com o mesmo risco ou até um pouco a mais do que o Tesouro Selic que rende, aproximadamente, 102% do CDI. Então não vou gastar muito tempo falando sobre esse “investimento”, porque ele não entrega rendimentos reais, vamos direto para as melhores opções.
Tesouro Direto
O Tesouro Direto tem os riscos mais baixos de qualquer investimento no Brasil, simplesmente, porque ele só não pagará suas obrigações se o país quebrar. E mesmo assim, pode imprimir mais dinheiro às custas da inflação para cumprir com os rendimentos contratado.
O Tesouro Direto tem 3 tipos de títulos, Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+. Cada um tem um modelo de rentabilização e diversos vencimentos, como você pode ver diretamente no site do Tesouro Direto, clicando aqui.
Tesouro Selic
Tesouro Selic é o Título atrelado à taxa Selic. Ele paga Selic + 0,03% a.a. atualmente. E dentre todos os títulos do Tesouro Nacional é o mais seguro, porque possui uma rentabilidade garantida, e baixíssima volatilidade, conforme a taxa básica de juros do Brasil. Além disso, tem liquidez diária, o que garante rendimentos mesmo após poucos dias (porém não é recomendado sacar em poucos dias porque pagará IOF se resgatar em menos de 30 dias).
Tesouro Selic é uma das melhores opções para aquele dinheiro de curto prazo e montar sua reserva de emergência, porque tem altíssima segurança e liquidez diária.
Tesouro Prefixado
Tesouro Prefixado atualmente tem os seguintes títulos disponíveis:
Prefixados | Rentabilidade a.a. | Invest. Mínimo | Preço Unitário | Vencimento |
2023 | 5,73% | R$ 34,46 | R$ 861,54 | 01/01/2023 |
2026 | 8,07% | R$ 32,18 | R$ 643,77 | 01/01/2026 |
2031 com Juros semestrais | 8,72% | R$ 33,53 | R$ 1.117,74 | 01/01/2031 |
Cada título paga uma rentabilidade estipulada na hora da compra do título, por isso Prefixados. Os títulos com vencimento em 2023 e 2026 entregam a rentabilidade somente no vencimento, já os 2031 pagam cupons semestrais com os rendimentos.
Tome cuidado com esses títulos, porque eles sofrem marcação à mercado, o Preço Unitário e a Rentabilidade Anual variam, o que pode levar à uma desvalorização dos títulos caso você queira vende-los antecipadamente, assim com os atrelados ao IPCA.
Esses títulos são mais indicados para médio e longo prazo, caso não queira fazer compra e venda para ganhar dinheiro com as marcações a mercado, porque há o risco de perder dinheiro se forem vendidos antes do vencimento.
Tesouro IPCA+
Os Títulos do Tesouro IPCA+ são atrelados ao índice da inflação, o IPCA. Esses títulos servem para preservar o capital da desvalorização, por garantir que sempre irão render acima da inflação.
Atualmente esses são os títulos disponíveis:
IPCA+ | Rentabilidade a.a. | Invest. Mínimo | Preço Unitário | Vencimento |
2026 | IPCA + 3,73% | R$ 52,61 | R$ 2.630,58 | 15/08/2026 |
2035 | IPCA + 4,67% | R$ 33,40 | R$ 1.670,43 | 15/05/2035 |
2045 | IPCA + 4,67% | R$ 31,78 | R$ 1.059,63 | 15/05/2045 |
2030 com Juros semestrais | IPCA + 4,11% | R$ 38,64 | R$ 3.864,76 | 15/08/2030 |
2040 com Juros semestrais | IPCA + 4,62% | R$ 39,42 | R$ 3.942,32 | 15/08/2040 |
2055 com Juros semestrais | IPCA + 4,73% | R$ 41,12 | R$ 4.112,89 | 15/05/2055 |
Há mais opções de vencimento dos IPCA+, note a correlação entre a rentabilidade e o prazo dos títulos. Quanto mais longos, maior é a taxa de juros paga.
Assim como os Prefixados, os IPCA+ sofrem com a marcação a mercado, então para investidores inexperientes, utilize esses títulos para investimentos de médio e longo prazo.
CDB
Os CDBs também são muito conhecidos do brasileiro, por serem investimentos simples e com risco muito baixo. Contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para investimentos de até R$ 250.000,00, o que os torna em investimentos seguros e muito populares.
Os Certificados de Depósito Bancários são produtos emitidos por bancos e instituições financeiras para pegar dinheiro emprestado, e estipulam uma taxa prefixada atrelada ao CDI, uma %.
Esses certificados têm várias configurações. Podem ter prazos para resgate curtos como D-0 até longos de D-360, e tudo isso influencia na hora de montar seus investimentos e planejar quanto dinheiro aportar em CDBs de diferentes períodos de liquidez. Lembrando que quanto maior o período do “empréstimo” para o banco, maior é a taxa de juros atrelada ao Certificado.
Outro ponto a se atentar nos CDBs é a Instituição emissora dos certificados. É fácil chegar à conclusão que a chance de o Itaú quebrar é menor do que do Inter, pelo seu tamanho e histórico. Por causa disso, os CDBs emitidos por grandes bancos tem, teoricamente, um risco menor. E isso impacta na rentabilidade dos certificados.
O Itaú não precisa emitir um CDB à 150% do CDI, porque oferece maiores garantias aos seus investidores, assim como também tem um número muito maior de clientes que aceitam comprar seus CDB de 90% do CDI.
Porém, na prática todos tem o mesmo risco, porque são garantidos pelo FGC. Então avalie o prazo de resgate e a taxa de juros para fazer sua escolha.
São indicados para curto e médio prazo por esses motivos.
LCI e LCA
Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito de Agronegócio são produtos similares ao CDB, são emitidos por instituições financeiras, porém com a diferença de que: são emitidos para financiar empréstimos imobiliários e para o agronegócio.
E por terem essa finalidade, recebem incentivos do governo e são isentos de imposto de renda, o que pode influenciar e muito no rendimento final do seu investimento.
Imagine a seguinte situação: você pode optar por um LCI de 100% do CDI ou um CDB de 105% do CDI. Pode parecer, olhando rapidamente que o CDB renderá mais, e irá. Porém na hora do resgate, você deixa para o governo o Imposto de Renda de no mínimo 15% dependendo da duração do investimento.
O que faz com que no final a LCI renda mais do que o CDB. Então antes de escolher entre esses produtos calcule o rendimento levando em consideração o imposto de renda.
Se precisar de ajuda, simule com o Simulador que montei para comparar diferentes Rendas Fixas, no final desse artigo: Simulador.
LCI e LCA são recomendados para investimentos de curto e médio prazo, por terem rendimentos interessantes livres de imposto de renda.
Debêntures
As Debêntures são títulos de dívida similares aos títulos do Tesouro Direto, só que com a diferença de serem emitidos por grandes empresas. E isso traz riscos bem superiores aos do Tesouro Direto.
Por serem emitidas por empresas com impossibilidade de imprimir mais dinheiro para pagar suas contas, há chances reais de a empresa simplesmente dar default (decidir não pagar suas obrigações com os investidores).
Apesar disso, podem ter rentabilidades bem atraentes em certos momentos das curvas de juros, apesar dos riscos maiores.
Para investir em Debêntures, você precisa avaliar muito bem a capacidade da empresa pagar seus rendimentos. Avaliar o fluxo de caixa, o endividamento e a lucratividade da empresa. Se todos esses fatores forem saudáveis, pode-se investir nas Debêntures dessa empresa, sabendo que há mais riscos.
Por causa desses riscos mais altos, as empresas precisam pagar juros mais altos, senão ninguém iria trocar a segurança do Tesouro Direto por Debêntures. E por esse motivo, podem entregar ótimos rendimentos e ser ótimos investimentos para médio e longo prazo.
Debêntures podem ser Prefixadas ou Pós-fixadas atreladas à índices como IPCA, IGP-M, Selic e CDI e com pagamentos de cupons antecipados ou entrega do rendimento somente no vencimento, assim como o Tesouro Direto.
Analise bem as empresas e seus títulos e decida se vale a pena investir para atingir seus objetivos.
Fundos de Renda Fixa
Fundos de Renda Fixa são os fundos que podem investir em todos esses produtos acima e ainda CRI, CRA e Letras de Câmbio para rentabilizar seu capital.
São indicados para quem não consegue fazer os estudos sozinho e não consegue avaliar quais são os melhores produtos para cada perfil de investidor. E por contar com uma equipe de gestores e analistas, cobram uma taxa de administração em cima do montante total aportado no fundo.
Esse valor que varia de 0,5% até 5% (fundos abusivos de grandes bancos) parece inofensivo e irrisório, mas causa um grande impacto no longo prazo, então caso você se dedique a estudar e aprender mais sobre cada produto, vale muito mais a pena investir por conta própria.
Também fique atento aos prazos de resgate, existem fundos com liquidez diária e fundos com resgate mais longo, avalie bem os Fundos antes de fazer seus aportes.
Fundos de Renda Fixa podem ter vários tipos, e dependendo de quais os produtos e os prazos de resgate são recomendados para curto, médio e longo prazo, mas acredito que ao terminar de ler esse artigo você já vai saber como avaliar cada um e comparar para escolher o melhor para cada investimento.
Peer to Peer Lending
Agora vou apresentar um produto que talvez nem todos conheçam, mas que faz muito sucesso na Europa e Estados Unidos, junto com os investimentos do próximo tópico.
Trata-se do Peer to Peer Lending que, traduzindo livremente, significa empréstimos entre pessoas. É um modelo de empréstimo coletivo, em que pessoas físicas emprestam dinheiro para outras pessoas ou para empresas. E através de plataformas, unem investidores a pessoas ou empresas que precisam de dinheiro.
As plataformas de P2P fazem uma análise de crédito de quem está precisando de recursos e elabora uma avaliação de risco para os investidores. Cada tomador tem sua nota, que infere em juros maiores ou menores para cobrir esses riscos. Portanto, quanto maior for a chance de o tomador do empréstimo não pagar suas obrigações, maior é a taxa de juros do empréstimo e melhor é o rendimento do investimento para quem está emprestando.
O P2P é vantajoso para quem precisa de empréstimos com taxas menores do que as disponibilizadas por bancos e é vantajoso para investidores que buscam rendas fixas com maior rentabilidade (que podem chegar à 40% a.a.) e podem dividir uma parte do seu dinheiro em investimentos de risco mais alto.
Agora falando especificamente para os investidores, esse é um produto de risco mais alto, porque está emprestando seu dinheiro para outras pessoas em muitos casos e com isso, você corre os mesmos riscos que um banco ao emprestar dinheiro.
Então se pensa em investir em P2P, separe uma parte de médio prazo para buscar rentabilizar seu capital e DIVERSIFIQUE. Por exemplo, se tem R$ 10.000,00 para investir nessa modalidade, empreste seu dinheiro para no mínimo 5 pessoas diferentes.
Há pesquisas que mostram que para cada 100 empréstimos Peer to Peer, 7 faltam com suas obrigações e não pagam suas parcelas em dia. Então leve em consideração esse fato e empreste seu dinheiro para pessoas com notas de risco melhores e para boas empresas com fluxo de caixa saudável, sempre diversificando ao máximo para ter uma menor exposição de risco em um só tomador.
Investimento em Crowdfunding
Os Investimentos em Crowdfunding, similares ao Peer to Peer Lending, são empréstimos de pessoas físicas para empresas. Também tem o modelo de empréstimo coletivo, mas o direcionamento do dinheiro é mais interessante e mais seguro.
As plataformas de Crowdfunding levantam investimentos em nome de empresas que precisam de recursos para potencializar o seu crescimento. São empresas saudáveis e que possuem garantias para dar segurança para os investidores de que irão cumprir com os valores acordados.
Em alguns casos, há até a possibilidade de se tornar sócio das empresas, por meio de investimento em quotas das empresas que estão levantando recursos.
Agora vou dar um exemplo prático para ficar mais fácil de se entender como essa modalidade de investimento funciona.
A Construtora Costa Sul está com um projeto imobiliário para construir o Parque das Vilas e obter investimentos para a fase de construção, já tem 99% dos lotes vendidos e lastro de 75% na sua carteira de recebíveis. Para isso, está oferecendo 300% do CDI com prazo de 36 meses.
É um investimento muito mais seguro do que o P2P por oferecer lastro e garantias reais. Caso necessite, a Construtora pode vender outros terrenos e pagar suas obrigações. Além disso, entrega uma rentabilidade muito boa, de 300% do CDI.
Outro fator é que no Brasil, as plataformas de Crowdfunding, como a Investweb são reguladas pela CVM, o que garante boas práticas e supervisão de órgãos federais à suas operações de empréstimos coletivos.
Os Investimentos em Crowdfunding possuem prazos de médio prazo, e não possuem resgate antecipado, então o investimento deve ser bem programado para garantir que esses recursos não serão necessários durante o prazo do investimento.
Melhores Rendas Fixas 2020
Baseado em tudo que apresentei até agora, vou montar uma carteira inicial contendo o que considero as melhores opções em Renda Fixa atualmente disponibilizadas no Brasil.
Para uma simulação de uma pessoa com gastos mensais de R$ 4.000,00 com R$ 100.000,00 na sua conta para investir em Rendas Fixas.
A reserva de emergência que é a reserva de curto prazo, deve ser no mínimo igual ao equivalente a 6 meses de custos mensais e a melhor opção para essa reserva é aplicar em investimentos com liquidez diária ou com resgate em poucos dias, então teríamos:
- R$ 24.000,00 em Tesouro Selic e CDBs acima de 100% do CDI com resgate em menos de 10 dias.
Para os investimentos de médio prazo, focaria em bons rendimentos e riscos moderados, como o investimento no Parque das Vilas, e separaria a metade do capital para médio prazo nesse momento, porque as taxas de juros estão em suas mínimas históricas e podem vir a se recuperar no médio prazo.
- R$ 50.000,00 à 300% do CDI com prazo de 36 meses.
Para investimentos de longo prazo, focaria no Tesouro IPCA+ para proteger o capital da inflação ao longo dos anos, obtendo sempre rendimentos reais.
- R$ 26.000,00 divididos em Tesouro IPCA+ com diferentes vencimentos.
Espero que tenha aprendido bastante sobre como escolher seus investimentos em Renda Fixa, e espero que faça as melhores escolhas para o seu dinheiro a partir de 2020.
Até mais, Leonardo Kalinowski