Educação Financeira nas escolas
É um sonho que finalmente no ano de 2020 o Brasil ofertará Educação Financeira nas escolas por direito a todas as crianças e jovens. Passamos tempo demais sem esse conhecimento básico obrigatório a todos os brasileiros e possivelmente seja um dos fatores que levou o país a não prosperar tanto quanto seu potencial.
Mas agora é realidade e todas as escolas públicas e privadas são obrigadas a ensinar um nível mínimo de educação financeira, oferecendo conhecimentos sobre juros, a importância de guardar dinheiro, controle de gastos e o básico sobre investimentos.
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- Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
- O que é Educação Financeira
- Como a Educação Financeira pode ajudar os alunos
- Principais Desafios
- Novos rumos para o Brasil
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular é “um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica”, conforme a definição do Governo Federal.
É tudo que deve ser abordado no ensino básico do país. Todas as crianças devem ter acesso a esses conhecimentos, independentemente de onde estudem, durante o Ensino Fundamental e Médio.
E a partir de dezembro de 2019, o MEC incluiu a Educação Financeira em seu currículo obrigatório. E será lecionada majoritariamente dentro das disciplinas de Matemática, mas não se restringindo apenas a ela, o que torna o ensino mais dinâmico e integrado, por poder ser incluído em disciplinas como Português e História também, por exemplo.
O que é Educação Financeira
A Educação Financeira ensina a organizar gastos e alocar recursos. É uma temática de estudos que aborda o gerenciamento financeiro para auxiliar o desenvolvimento socioeconômico.
Muitas pessoas acreditam que essa disciplina seja somente para ensinar como economizar dinheiro e investir corretamente, mas vai muito além disso. Aborda tudo que está relacionado a dinheiro, e como uma pessoa deve se relacionar com esse recurso primordial para a vida em sociedade.
O objetivo é tornar as pessoas conscientes para tomar decisões financeiras estando ciente dos riscos e oportunidades que estão envolvidas em diversas situações.
Essa consciência sobre como se relacionar com o dinheiro é muito importante para todas as pessoas, não somente para quem já é muito rico, ela é importante para pessoas de todas as classes sociais, pois garante segurança e pode auxiliar na busca pelo crescimento patrimonial.
A Educação Financeira busca criar hábitos saudáveis de controle de gastos, conhecimento sobre investimentos e como acumular riqueza. É através da disciplina que pessoas encontram a liberdade financeira, gerenciando seu patrimônio e controlando seus custos.
Como a Educação Financeira na escola pode ajudar os alunos
A Educação Financeira é importantíssima para todos, mas ter a oportunidade de ter contato com essa área desde pequeno é muito benéfico para o desenvolvimento de hábitos orgânicos que farão com que os alunos consigam trilhar caminhos melhores do que seus pais e reduzir o endividamento da população.
É preciso criar nos jovens a capacidade de poupar e investir para atingir seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Quer seja comprar um apartamento, viajar ou abrir seu próprio negócio, tudo é alcançável através de disciplina.
Além disso, crianças e jovens aceitam mudanças e ensinamentos muito mais facilmente do que adultos, o que faz com que o ensino de finanças seja muito mais efetivo se desenvolvido cedo na vida dos brasileiros.
Uma pesquisa feita pela Associação de Educação Financeira do Brasil mostra que 45% dos jovens entre 18 a 24 anos estão endividados. Começam a trabalhar cedo e com a facilidade dos cartões de crédito e do recebimento do salário todo mês, gastam mais do que recebem e acabam se endividando.
Também de outra pesquisa, agora do Serasa Experian, um dado muito preocupante da população brasileira: 63 milhões de brasileiros são inadimplentes.
Esses dados mostram a falha do Governo em não ter inserido Educação Financeira como uma das principais áreas de conhecimento para todos os habitantes, é de suma importância possuir conhecimentos sobre esse assunto.
Mas há salvação. A partir de um experimento da AEF, junto com Serasa Consumidor e Serasa Experian, um grupo de escolas inseriu a Educação Financeira através de projetos para avaliar o impacto nas crianças.
E obtiveram os seguintes resultados: um em cada três estudantes afirmou ter aprendido a importância de poupar dinheiro depois de participar desses projetos, 24% passaram a conversar com os pais sobre educação financeira e 21% aprenderam a usar melhor seu dinheiro.
Os números ainda são modestos, mas mostram que há um potencial real de melhorar a situação no Brasil e ensinar as próximas gerações a gerenciar seu dinheiro.
Principais Desafios educação financeira nas escolas
Levar a educação financeira para todas as escolas do Brasil envolve uma tarefa enorme de formação de professores, produção de materiais didáticos e auxílio constante para implementar tudo.
E por isso, o Governo Federal vê como fundamental a participação de colégios particulares nessa implementação para diminuir a desigualdade de acesso à educação no Brasil. As escolas privadas podem auxiliar e muito a produção e compartilhamento de materiais com escolas públicas.
Como a Educação Financeira não será uma disciplina incluída na grade curricular dos alunos, o ensino será feito de maneira transversal, incluído em diversas matérias, o que pode tornar o gerenciamento de uniformidade do ensino ainda mais difícil e dificultar a análise de impacto das mudanças.
São desafios grandes, mas a implementação de uma matéria tão básica como essa terá um impacto positivo no desenvolvimento do país no longo prazo, nos basta torcer pelo melhor e tentar auxiliar como pudermos.
Novos rumos para o Brasil
A partir da pesquisa da Anbima: O raio X do Investidor Brasileiro, ficou ainda mais evidente a grande falta de conhecimento sobre produtos financeiros e como o brasileiro não sabe investir seu dinheiro.
A pesquisa aponta que apenas 9% da população aplicou recursos em produtos financeiros e 58% da população não tinha nenhum dinheiro guardado em 2017.
E dos 42% que tinham dinheiro guardado, 89% alocava seus recursos em caderneta de poupança, o pior investimento do Brasil.
Então, além de ensinar crianças sobre a importância de poupar, como controlar gastos e construir reservas financeiras é primordial apresentar os investimentos. E como os rendimentos anuais afetam a construção de patrimônio no longo prazo, para não cometerem o erro de deixar o dinheiro na Poupança.
Temas como risco, estimativas de retornos, taxas de juros, investindo em renda variável e avaliar oportunidades em produtos fora dos padrões, como investir em crowdfunding.
Se 89% das pessoas que possuem dinheiro guardado no Brasil investem pela poupança, imagine o que acharão de investir em projetos imobiliários e startups. Há um grande gap de conhecimento para aumentar a acessibilidade de produtos mais rentáveis para a população em geral.
Estamos aqui escrevendo artigos sobre finanças e investimentos semanalmente para auxiliar todos na jornada pela liberdade financeira.
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